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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Não há mágicas no espiritismo!







Já há alguns anos trabalhando com a espiritualidade, comecei a estudar casos de pessoas que não conseguem resolver seus problemas, que em muitos casos parecem ser simples, mas não é isso que ocorre.
Inicialmente aquele problema simples, vai se tornando cada vez maior... Idêntico a uma bola de neve!
Mas porque?  sempre me pergunto.
Como conseguem complicar algo que inicialmente era simples de ser resolvido? Qual a lógica?

Há pessoas que procuram na religião a satisfação utilitarista. Acreditam que a religião deverá lhes dar a vitória, o sucesso, a felicidade para essa vida, e a salvação eterna para a outra. Hoje, algumas seitas religiosas pregam isso abertamente e convidam os que querem deixar para traz a infelicidade, o fracasso, a se unirem a elas.
Algumas pessoas chegam a dizer, que resolveram mudar de religião, para serem felizes.
No dia a dia dos centros espíritas tenho me deparado com essa situação. Muitos o procuram no desejo de obter benefícios imediatos, como: curas, enriquecimento, conquistas amorosas, anular um desafeto e outras coisas mais...

Contudo, a finalidade do Espiritismo não é o de arranjar a vida das pessoas. Os espíritos superiores, embora nos amem e nos auxiliem, não são serviçais à nossa disposição para os pequenos interesses humanos.

Quando as pessoas insistem nesses pedidos e não percebem o extraordinário novo campo de visão que se lhe abre à frente, acabam por perder a proteção dos bons espíritos e os maus, os ignorantes, tomam conta da situação, pois estão sempre prontos a atender a todos os pedidos, mesmo os injustos. Esses espíritos podem satisfazer certos pedidos, porém, futuramente, cobram muito caro a satisfação concedida.
Quando Jesus de Nazaré ofereceu a Água Viva do Evangelho para a mulher Samaritana, afirmando que quem bebesse da água que ele oferecia nunca mais teria sede, a mulher pediu para que o Rabi Galileu lhe desse da tal água, porque assim ela não precisaria buscá-la diariamente. Ela não compreendeu que o Mestre não a isentava do trabalho, das lutas evolutivas, do aperfeiçoamento, mas alargava os seus horizontes espirituais.
O que devemos procurar no Espiritismo? Devemos procurar a elevada compreensão do processo que é a vida. O Espiritismo oferece essa compreensão. Ele é, no dizer de Herculano Pires, a plataforma para as novas conquistas da humanidade.
É proibido, então, à mãe que chora a perda de seu filhinho, buscar notícias que a console? É proibido ao homem que vê a esposa doente, em risco de vida, pedir a cura ou a esperança? Aquele que não consegue um emprego e precisa sustentar a família não pode pedir aos espíritos que o ajude a se empregar? O homem de negócios que está atormentado pelos fracassos sucessivos, não pode ir buscar orientação junto a uma casa espírita? Nada disso é proibido e é natural que o centro espírita preste esse socorro e vários outros, mas é preciso que ensine a libertação, ou seja, o conhecimento espírita. É preciso que compreendam que os espíritos não fazem pelo homem, aquilo que ao homem compete fazer.
É comum ao ser humano, o desejo de se ver liberto das dores, angústias e dificuldades. 
É comum procurarem meios mais ou menos mágicos para resolver seus problemas. 
No Espiritismo não poderia ser diferente. Quase sempre, aqueles que se decepcionam com a Doutrina Espírita e a abandonam, são os que querem soluções mágicas. Não existem soluções sem esforços, luta, trabalho.

Não raro a dor, o problema aparentemente insolúvel, é o chamamento para uma nova postura, um novo caminho, um novo ideal. O fato de sermos espíritas ou médiuns, não nos dá privilégios e sim responsabilidades. 

Não feche os olhos para a luz. Não peça o que o Espiritismo não lhe pode dar e não se decepcionará com ele!