"Ninguém pode servir a dois senhores; porque, ou há de aborrecer um e amar outro, ou há de submeter-se a este e desprezar aquele. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon." (Mateus, 6:24.).
Mamon era um dos deuses adorados pelos sírios, na antiguidade. Representava as riquezas e daí suas estátuas serem fundidas em metal precioso: ouro ou prata.
Malgrado o desaparecimento desses ídolos, Mamon continua sendo cultuado por grande parte da Humanidade, pelos cristãos inclusive.
De fato, a luta absorvente pela conquista de bens materiais a que quase todos nos entregamos, a par das homenagens e salamaleques que tributamos aos ricaços e poderosos, que significam, senão o mais fervoroso culto a essa divindade gentílica? As palavras acima revestem-se, pois, ainda hoje, de grande oportunidade, constituindo séria advertência a quantos, invertendo o preceito evangélico: "buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça e o resto vos será concedido por acréscimo", atravessamos toda a existência cuidando apenas de fazer fortuna, vivendo no mais grosseiro materialismo, na suposição de que depois, por meio de ofícios religiosos, possamos ganhar, também, o paraíso.
O texto em foco, entretanto, é muito claro e não autoriza que alimentemos tal ilusão. Não disse o Mestre, notemos bem, que os homens não devem servir a Deus e a Mamon, mas que o não podem fazer. Por que não podem?
Por uma razão fácil de entender-se: os interesses mundanos e os ideais superiores não se correspondem, nem se harmonizam; são, antes, duas forças divergentes, antagônicas, atuando em sentidos opostos.
Quem concentra toda a sua atenção nas riquezas e honras mundanas não tem tempo para pensar nas coisas de cima, e quanto mais progride materialmente, quanto mais aumenta os seus tesouros, mais necessita defendê-los. E, nesse afã, mais fortifica os liames que o prendem a este plano, mais retarda sua evolução.
Compadecido, certamente, de nossa insensatez, eis o que nos dita "um Espírito protetor", em mensagem inserta no cap. XVI de "O Evangelho segundo o Espiritismo":
"Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação que é para vós objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dais ao vosso aperfeiçoamento moral, a que quase nenhum tempo consagrais e que, no entanto, é o que importa para a eternidade.
Mamon era um dos deuses adorados pelos sírios, na antiguidade. Representava as riquezas e daí suas estátuas serem fundidas em metal precioso: ouro ou prata.
Malgrado o desaparecimento desses ídolos, Mamon continua sendo cultuado por grande parte da Humanidade, pelos cristãos inclusive.
De fato, a luta absorvente pela conquista de bens materiais a que quase todos nos entregamos, a par das homenagens e salamaleques que tributamos aos ricaços e poderosos, que significam, senão o mais fervoroso culto a essa divindade gentílica? As palavras acima revestem-se, pois, ainda hoje, de grande oportunidade, constituindo séria advertência a quantos, invertendo o preceito evangélico: "buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça e o resto vos será concedido por acréscimo", atravessamos toda a existência cuidando apenas de fazer fortuna, vivendo no mais grosseiro materialismo, na suposição de que depois, por meio de ofícios religiosos, possamos ganhar, também, o paraíso.
O texto em foco, entretanto, é muito claro e não autoriza que alimentemos tal ilusão. Não disse o Mestre, notemos bem, que os homens não devem servir a Deus e a Mamon, mas que o não podem fazer. Por que não podem?
Por uma razão fácil de entender-se: os interesses mundanos e os ideais superiores não se correspondem, nem se harmonizam; são, antes, duas forças divergentes, antagônicas, atuando em sentidos opostos.
Quem concentra toda a sua atenção nas riquezas e honras mundanas não tem tempo para pensar nas coisas de cima, e quanto mais progride materialmente, quanto mais aumenta os seus tesouros, mais necessita defendê-los. E, nesse afã, mais fortifica os liames que o prendem a este plano, mais retarda sua evolução.
Compadecido, certamente, de nossa insensatez, eis o que nos dita "um Espírito protetor", em mensagem inserta no cap. XVI de "O Evangelho segundo o Espiritismo":
"Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação que é para vós objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dais ao vosso aperfeiçoamento moral, a que quase nenhum tempo consagrais e que, no entanto, é o que importa para a eternidade.
Dir-se-ia, diante da atividade que desenvolveis, tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a Humanidade, quando não se trata, na maioria dos casos, senão de vos pordes em condições de satisfazer a necessidades exageradas, à vaidade, ou de vos entregardes a excessos.
Que de penas, de amofinações, de tormentos cada um se impõe; que de noites de insônia, para aumentar haveres muitas vezes mais que suficientes! Por cúmulo de cegueira, pão raro é ver-se, prevalecendo-se de uma existência ídita de sacrifício e de mérito — como se trabalhassem para os outros e não para si mesmos —, aqueles que um amor imoderado da riqueza e dos gozos que ela proporciona sujeita a penosos trabalhos.
Insensatos! Credes, então, realmente, que vos serão levados em conta os cuidados e os esforços que despendeis movidos pelo egoísmo, pela cupidez ou pelo orgulho, enquanto que negligenciais do vosso futuro, bem como dos deveres que a solidariedade fraterna impõe a todos os que gozam das vantagens da vida social?
Unicamente no vosso corpo haveis pensado; seu bem-estar, seus prazeres foram o objeto exclusivo da vossa solicitude egoística. Por ele, que morre, desprezastes o vosso Espírito, que viverá sempre. Por isso mesmo, esse senhor amimado e acariciado se tornou o vosso tirano; ele manda sobre o vosso espírito, que se lhe constituiu escravo. Seria essa a finalidade da existência que Deus vos outorgou?"
Atentos a esse conselho amigo, não nos deixemos dominar pelo amor ao ouro, nem pelas paixões que a sua posse suscita e desenvolve nos homens, fazendo até que olvidem o destino transcendente para o qual foram criados.
Lembremo-nos de que, ao deixarmos este mundo, só levaremos conosco aquilo que efetivamente nos pertence: as qualidades morais. E serão elas, somente elas, que nos garantirão o acesso às regiões felizes da espiritualidade.
Atentos a esse conselho amigo, não nos deixemos dominar pelo amor ao ouro, nem pelas paixões que a sua posse suscita e desenvolve nos homens, fazendo até que olvidem o destino transcendente para o qual foram criados.
Lembremo-nos de que, ao deixarmos este mundo, só levaremos conosco aquilo que efetivamente nos pertence: as qualidades morais. E serão elas, somente elas, que nos garantirão o acesso às regiões felizes da espiritualidade.
Contribuição do amigo Júlio Sérgio de Moraes